“Se tivesse que comparar os caminhos de Deus com um qualquer caminho que conheço, o que escolheria?”
Para começar excluiria as auto-estradas, pois nelas raramente temos tempo para olhar à volta, não há cruzamentos, cedências de passagem e nunca somos obrigados a reduzir a velocidade (a não ser que se esteja a passar os 120). Incomoda ter que parar, nem que seja nas portagens, e por isso, tornamo-nos aderentes à via verde. Nestas estradas apenas queremos chegar ao destino e nem aproveitamos o caminho.
Assim, para mim… só há duas opções:
Uma estrada no meio da cidade, porque apesar de também querermos atingir o nosso destino, estamos ou devemos estar atentos às prioridades (às nossas e às dos outros) e ainda porque há CRUZamentos, ou seja, acabamos por nos cruzar mais vezes com a vida de outras pessoas… E logo é diferente, pois na auto-estrada, ou sou eu que passo por um carro ou é o outro carro que passa por mim, não havendo grande atenção de parte a parte, pois não há cedências a fazer. Para além disso, por vezes no meio da cidade ou ficamos presos nas filas de trânsito (que nos fazem obrigatoriamente abrandar ou mesmo parar) ou andamos à roda em rotundas… E porque é importante? Porque também na vida, há vezes em que parece que andamos às voltas e não saímos do lugar e no entanto, é precisamente isso que nos permite escolher melhor qual a direcção a seguir, porque temos tempo para pensar na escolha.
O caminho que ainda não está alcatroado também me parece uma boa opção, porque este irá certamente ter muitos altos e baixos, assemelhando-se em muito com o nosso próprio caminho de vida.
Mas… se é um caminho sem alcatrão, será também sem sinais… sendo necessário, uma bússola ou um mapa, que mesmo não nos indicando um caminho, nos apresenta vários e nos ajuda a escolher… (Acho que conheço alguém que me faz precisamente o mesmo...) Imaginando ainda, que estamos no meio da natureza pura, teremos então o silêncio, que é um companheiro saboroso na hora de tomar o caminho certo.
Os caminhos de Deus, para mim, só podem ser…
De auto-conhecimento,
De paragens,
De cedências,
De silêncio, e
De crescimento…
As estradas de Deus só podem ser o caminho que faça cruzar o caminho da minha vida com os caminhos de tantas outras vidas, para que por meio delas, a minha meta seja valorizada precisamente… pelo meu caminho.
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