"Os grupos continuam a moldar os seus gostos e apetências, sobretudo na área da música, que é hoje talvez um dos mais importantes fatores de sociabilidade, explica Vítor Sérgio Ferreira. "Ter conhecimentos sobre música é hoje uma exigência social. É importante gostar de uma coisa e não de outra e saber fundamentar as escolhas. E isto só acontece com a música." E porque o consumo de música é "essencialmente emocional" e "para ser experimentado", o concerto ao vivo é um dos formatos preferidos.
A tecnologia potencia o desejo de contacto direto, tanto com os amigos como com os artistas. "Já não precisam de um telefone fixo para combinar um concerto, nem sequer do telemóvel. Usam o Facebook e partilham ficheiros do YouTube ou os álbuns de que fizeram 'download' para convencerem o grupo de que aquele é o concerto a não perder."
Para estes jovens, a rapidez é determinante, assim como a diversidade de escolhas, a liberdade do acesso, o contacto direto com os amigos, a experiência do concerto.
A vida deles, diz Carlos Fortuna, é um somatório de "agoras", em que o tempo é permanentemente interrompido pelo "email", os SMS e o Facebook. Mas é pela plataforma digital que passa grande parte dos seus consumos culturais. "A cultura está-lhes no ADN, marca os seus dias, os seus territórios, no computador e na cidade."
Lucinda Canelas
In Público (Ípsilon), 4.3.2011
10.03.11
In Público (Ípsilon), 4.3.2011
10.03.11
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