E se todos fossemos tesouros? E se sempre que encontrássemos alguém, esse alguém constituísse um tesouro para nós? O que faríamos com ele? E se nós fossemos um tesouro para quem nos encontra? Porque é que deixamos sempre o “E se…”?
Um dos maiores tesouros que alguém pode ser é o da sabedoria.
Uma pessoa que sabe muito de uma determinada área pode ser muito inteligente, mas será que é sábia? Ser sábio é integrar tudo o que se sabe de cada uma das áreas e transmiti-lo. Porque mesmo que se saiba muito, se não for para o ensinarmos a alguém de que serve? Se não for para o partilharmos de que serve?
Às vezes não temos mesmo que ensinar, só temos que deixar que os outros cheguem lá ao seu ritmo. Mas dói quando nos dizem que chegaram e que sim… o caminho era esse. Mas quando nessa altura já não nos faz diferença.
Reconto-vos uma história que é sem dúvida uma metáfora da vida…
Na essência do que ela é…
“Imaginem uma casa onde vivem muitas pessoas. E imaginem que se encontram a construir um puzzle. Cada um vai colocando uma peça ou mais, quando tem tempo.
Como em tudo… Há uns que arranjam mais tempo que outros. Há uns que se dedicam mais que outros. E agora imaginem que se chega à última peça. A pessoa a quem cabe a missão de a colocar tem alguma sensatez e percebe que não deve ser ela a fazê-lo, pois houve alguém que se dedicou mais e que gozará esse momento com muito mais coração. Então decide deixá-la bem ao lado do sítio onde ela encaixa, para que seja a pessoa certa a terminar o puzzle.
Pois bem, quando chega a pessoa a quem se destinava a peça, o que é que ela pensa?
- Não acredito… Nem a última peça colocaram no sítio. Tiveram que deixar aqui a peça e ainda por cima já mesmo ao lado do sítio de encaixe. É a gozar com uma pessoa. Ao menos que o tivessem terminado.”
Há vezes que não temos a capacidade de nos darmos aos outros.
Há vezes em que a quem nos damos, não o percebe.
E há vezes em que nem percebemos que alguém se deu a nós.
E há ainda vezes em que percebemos que nunca se deram a nós.
1 comentários:
Amar, é entregarmo-nos ao próximo com o coração, é dar sem esperar receber, é desejar sem esperar ser desejado... E se de facto, entregarmo-nos, for uma atitude egoísta? E se de facto damos e esperamos receber? E se de facto desejamos, desejando ser desejados? Quem sabe! De certo seria necessário amar tão simplesmente com o coração e não amar com os olhos, com os ouvidos, com o nariz, com a boca e com as mãos...
de Filipe Cortesão
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