“A possibllidade da morte, é um dado tão absoluto na minha vida, como se a morte, por assim dizer, a tivesse ampliado tanto que o enfrentar e aceitar a morte, a destruição, qualquer espécie de destruição, passou a fazer parte desta vida...
Devido à rejeição e a todos os receios, à maioria das pessoas resta somente um pedaço de vida miserável e mutilado a que dificilmente se pode chamar vida...
Este é o meu primeiro confronto com a morte.
Nunca soube bem como lidar com ela.
Ainda sou muito virgem neste assunto.
Nunca vi um morto ainda. Imagine-se...
E já houve ocasiões em que me interroguei: qual é a minha verdadeira posição perante a morte? Mas nunca me embrenhei no assunto, ainda não era tempo para isso.
E agora ali está a morte, por inteiro e pela primeira vez. Contudo é como se fosse uma velha conhecida que faz parte da vida e que é preciso aceitar... “
Etty Hillesum - Diário
2 comentários:
Em relação a este tema da morte, que me parece ser o grande tabu dos nossos dias, aqui vão dois links que talvez possas achar interessantes:
http://www.amara.pt/amara/apresentacao.php
A Amara é uma associação que, entre outras coisas, prepara voluntários para acompanhar doentes terminais. Aconselho o curso "Vida e Morte, a mesma preparação", que tive a oportunidade de fazer há alguns anos.
http://www.evene.fr/livres/livre/fabrice-hadjadj-reussir-sa-mort-17421.php
Um extracto do livro de Fabrice Hadjadj, Reussir sa mort:
"Porque, paradoxalmente, uma sociedade que foge diante da morte não pode fabricar senão uma cultura de morte, enquanto uma sociedade que a acolhe gera uma cultura de vida. Entre uma liquidação técnica e uma vida oferecida, é preciso escolher. Não há outra alternativa: dar-se a si próprio a morte ou então dar a sua vida por aquilo que vale a pena.
olá, Aliocha!
Gostei imenso de como terminaste o post:
"dar-se a si próprio a morte ou então dar a sua vida por aquilo que vale a pena."
E quanto à sugestão quem sabe... ;)
Obrigada
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