terça-feira, 30 de março de 2010

Morte 6: Decisões de vida e morte


O senhor é o Deus da vida e a sua glória é que todos vivam.

Livro do deuteronómio
“Coloco hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. Assim, ordeno-te hoje que ames o Senhor teu Deus, que andes nos Seus caminhos, que guardes os Seus mandamentos, preceitos e sentenças. Assim viverás, multiplicar-te-ás e o Senhor teu Deus te abençoará na terra (...). Mas se o teu coração se desviar e não escutares. Se te deixares arrastar e adorares deuses estranhos e os servires, declaro-vos hoje que sem dúvida morrereis, que os vossos dias não se prolongarão na terra na qual ides entrar, passando o Jordão para dela tomar posse. Tomo hoje por testemunhas contra vós o céu e a terra. ponho diante de vos a vida e a morte, a benção e a maldição. Escolhe a vida para viveres tu e a tua descendência a mando do Senhor teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele, porque Ele é a tua vida e prolongará os teus dias para habitares na terra que prometeu dar a teus pais.”

“Muitas vezes usamos a expressão: “Não é uma questão de vida ou de morte”. Mas a leitura parece dizer-nos que na vida algumas decisões são mesmo de vida ou de morte e isto diariamente. Senão vejamos, uma escolha traz a morte ao mundo quandoimplica vingança, ódio, subir na vida à custa de outro, ignorar alguém, mentira, disfarce, meias verdades.
As decisões trazem vida quando promovem o bem, ainda que isso implique custos. Quando significam interesse pelos outros, quando dão testemunho da verdade.”
Oração do site “passo-a-rezar” – dia 18 de fevereiro de 2010

E tu?
Queres ser testemunho de vida ou de morte?

terça-feira, 23 de março de 2010

Morte 5: a morte e a lista dos desejos

Filmes a descobrir...

"My life without me" - A minha vida sem mim



"The bucket list"

sábado, 20 de março de 2010

Morte 4 : é preciso aceitar...




“A possibllidade da morte, é um dado tão absoluto na minha vida, como se a morte, por assim dizer, a tivesse ampliado tanto que o enfrentar e aceitar a morte, a destruição, qualquer espécie de destruição, passou a fazer parte desta vida...

Devido à rejeição e a todos os receios, à maioria das pessoas resta somente um pedaço de vida miserável e mutilado a que dificilmente se pode chamar vida...

Este é o meu primeiro confronto com a morte.
Nunca soube bem como lidar com ela.
Ainda sou muito virgem neste assunto.
Nunca vi um morto ainda. Imagine-se...

E já houve ocasiões em que me interroguei: qual é a minha verdadeira posição perante a morte? Mas nunca me embrenhei no assunto, ainda não era tempo para isso.

E agora ali está a morte, por inteiro e pela primeira vez. Contudo é como se fosse uma velha conhecida que faz parte da vida e que é preciso aceitar... “
Etty Hillesum - Diário

sexta-feira, 19 de março de 2010

Morte 3: Morrer antes de nascer

sábado, 13 de março de 2010

Morte 2 : A morte vista pelo profissional de saúde...





Começo este post com palavras do prefácio do livro, que dizem exactamente aquilo que eu acho sobre ele:


“No meu ponto de vista, é tão importante o rosto da medicina descrito neste livro como os grandes progressos cientificos da actualidade. (...)

O livro é um pequeno «Tratado sobre a Humanização da Saúde», sobre a «arte de cuidar», que deveria ser oferecido, pelo menos como «cadeira de opção», a todas as pessoas que se propõem trabalhar no campo da saúde, seja qual for o ramo. (...) As cartas são simples , este livro mais não é do que um pouco de vida observada à lupa.”


E aqui fica também um post sobre a morte. Este tema tão dificl de tratar, e por vezes tão dificil de enfrentar:


“Querido Deus:

Bem hoje não posso sequer dizer-te querido; só Deus!!!... Dói-me a alma de pena pela doença desta criança, pela morte, pelo sofrimento dos seus, por tudo o que temos passado nestes dias.


Não entendo nada. E estou furiosa porque há coisas na vida que me escapam, que não controlo e me desassossegam por completo. Estou muito zangada contigo, com a medicina, com a vida, com tudo…


Na realidade, foi um caso rodeado de ternura de todo o hospital. A criança era maravilhosa, tinha quatro anos de expansiva vitalidade e graça, mas não aguentou a doença, que era muito mais forte do que ela.


Estou zangada, apesar de os pais terem reagido maravilhosamente. Todos estávamos a par do problema, a criança entrara no coração de todos nós, e quando tudo terminou, sentíamo-nos muito unidos. Fomos como que uma grande equipa de salvamento que, desta vez, falhou. (Bem, Senhor, eu meto-me nesta equipa, mas bem sabes que sou apenas mulher das limpezas; mas entre vómitos e limpezas de emergência, ando sempre no meio dela e tenho oportunidade de amar um pouco). Não pude deixar de ir ao funeral e venho encantada por ter conhecido esta família.


Com que fortaleza aceitaram a morte! Celebrámos a vida da criança. Ali, toda a gente falava de carinho, de vida, de ressurreição… Foi do que mais gostei, pois fala-se pouco disso e a verdade é que estou certa de que nos juntaremos todos contigo num abraço comum (…)


Recordaram que tu queres que sejamos felizes e que, por isso, nos ajudas na retaguarda, pondo-nos em contacto com pessoas que nos tornem fácil o sofrimento e o caminho da vida, e que é preciso sermos dessas, sempre atentas a dar uma mãozinha, a adivinhar o que se passa com o outro.


Peço-te Deus, que nesta noite abraces todas essas pessoas, que as ajudes a que sofram poucochinho e que aproveitem a ocasião para se amarem muito umas as outras. (…)


Isto da morte, custa, custa muitíssimo. Enquanto faço limpezas, vejo quanto sofrem os médicos e as enfermeiras quando não podem solucionar os casos, quando alguém não tem remédio. (…)


Entretanto, tu deves andar tranquilo com o teu livro de altas e baixas; mas tens de reconhecer que o mundo anda muito mal. Que me dizes da quantidade de gente que morre no terceiro mundo enquanto nós andamos por aqui a seguir regimes de emagrecimento e a viver cheios de tudo? (…)


Esta noite, quando tiveres de pôr uma cadeira alta à tua mesa redonda para o Paulo comer, já que, com os seus quatro anos, não lhe chega, lembra-te de abraçar com força os seus, para que a sua ausência lhes custe o menos possível.”


E por fim, uma oração por todos os que se encontram envolvidos,
nisto a que chamamos de cuidados paliativos


Querido Deus:

Esta noite estou confusa, admirada, agradecida, dolorida... No piso de oncologia infantil parte-se-me o coração. Hoje quero pôr nas tuas mãos as muitas familias que sofrem a doença de um filho, mas sobretudo os profissionais que as rodeiam, todas essas pessoas que passam tormentos para facilitarem a agonia à criança e aos seus.

A psicóloga do piso esteve a explicar-me como acompanha os doentes terminais, a importância que tem a primeira impressão, a decoração, a atitude daqueles que lhes prestam cuidados, as cores da roupa que usam, as palavras que empregam para falar da doença e para exteriorizar sentimentos. (...)”
Mari Patxi Ayerra in “Querido Deus… - Cartas da Esperanza”

Acho que este é um tema que me diz muito... Talvez porque tenha marcado a minha vida a determinada altura...
Mas acho que ainda tenho muito que pensar sobre isto.  O que é a morte? Como é a morte? O que há para além da morte? Será que nos perdemos depois da morte?  Ou será que já andamos perdidos quando pensamos assim?

Pode ser que vos ajude a pensar sobre isto, assim como há quem me ajude a mim também. ;)



segunda-feira, 8 de março de 2010

Emancipação feminina e O Amor


Porque isto de amores e desamores é mesmo complicado...

Muitas vezes não percebemos porque começam, outras vezes não percebemos porque acabam...

Mas hoje resolvi deixar aqui uns excertos de um livro que li e que me fizeram pensar. Estes textos foram escritos em 1941... Muito tempo não? Mas afinal são intemporais...

Acho que hoje em dia, ainda andamos um bocadinho perdidos do que é mesmo essencial.



 “Ele diz que o amor a todos é mais belo que o amor a uma só pessoa. Porque o amor a uma só pessoa é, na realidade, somente amor a si mesmo.

Ele é um homem maduro de 55 anos e encontra-se no estádio do amor a todos, depois de inicialmente ter amado uma vida inteira muitos alguns. Eu sou uma mulherzinha de 27 anos e também carrego intensamente comigo o amor a toda a humanidade, mas ainda assim pergunto-me se não irei andar sempre à procura de um determinado homem. E pergunto-me até que ponto isso será uma restrição, um limite à mulher... (ainda não estou pronta para a síntese).
... a mulher está sempre à procura do tal homem ao qual pode transmitir todo o seu conhecimento e calor e amor e poder criador. Ela procura o homem e não a humanidade.

Não é lá muito simples, essa questão feminina. Às vezes, quando vou na rua e vejo uma mulher bonita, cuidada, completamente feminina, um pouco pateta, fico vacilante. Então sinto o meu cérebro, as minhas lutas, o meu sofrimento, como coisas que me oprimem, algo de feio, pouco feminino, e nesses momentos queria somente ser bonita e tola, um brinquedo desejado por um homem. Coisa curiosa, querer ser-se sempre desejada por um homem, ser isso para nós o mais alto padrão de afirmação de que somos mulheres, embora isso seja, vendo bem, muito primitivo. Sentimentos de amizade, respeito pela nossa personalidade, amor por nós enquanto seres, tudo isso é muito bonito, mas em última instância não queremos que o homem nos deseje como mulher? É ainda quase impossível para mim escrever tudo aquilo que aqui quero dizer, é extremamente complicado, mas é algo de essencial e é importante que o consiga.

Talvez a genuina, interior emancipação feminina ainda tenha que começar...”

Etty Hillesum - Diário


“A um determinado momento uma pessoa reencontra-se às voltas com a mesma questão: a compulsão que tens em ti ou essa ficção ou fantasia, como lhe queiras chamar, de querer possuir uma só pessoa por uma vida inteira, tens de a estilhaçar em mil pedaços.  Esse absoluto tem de ser pulverizado dentro de ti. E em seguida não ficar com a ideia de que a pessoa fica mais pobre com isso, mas justamente mais rica. Bastante mais difícil, mas com mais nuances. Aceitar os pontos altos e baixos nas relações, e encarar isso como positivo e não como entristecedor. O não querer possuir  um outro, o que não significa renunciar ao outro. Deixar o outro em total liberdade, interiormente também, sem que contudo tal signifique resignação. Começo agora a identificar a natureza da minha paixão no meu relacionamento com o Max. Era a dúvida, porque sentias que o outro era inalcançável em última instância e isso atiçava-te ainda mais. Mas isso aconteceu provavelmente porque querias alcançar o outro de modo errado. De modo demasiado absoluto. E o absoluto não existe. Que a vida e as relações humanas são infinitamente matizadas, que não há em parte alguma algo absoluto ou objectivamente válido, isso também eu sei, mas este conhecimento deve estar também no sangue, em ti mesma, não só na cabeça, mas deve também ser vivido...”

Etty Hillesum - Diário



Quanto a este último excerto acho que ainda há muito que se lhe diga... Isto de deixar o outro ser completamente livre é ... tentador. Mas será que é isso que fazemos? Porque às vezes parece-me mesmo que não...


Há uns anos alguém me dizia, que não gostava nada quando a mãe mexia no telemovel do pai sem lhe dizer nada. Ou quando telefonavam para o pai e a mãe logo ia ver quem era. E quando a mãe falava com o pai ao telefone, não era a simples pergunta “tudo bem?” ou “como estás?” que surgia em primeiro, mas antes o “onde estás?”, “com quem é que estás?”. Tudo como se de um controlo se tratasse... e o engraçado é que agora vejo esse alguém, a fazer algumas dessas coisas...


Não sei se sou eu que vejo o mundo através de óculos cor de rosa, ou se afinal sou eu que tenho razão, quando acho que uma relação tem que ter como principal pilar a CONFIANÇA. Pelo menos para mim não faz qualquer sentido, andar toda uma vida a fazer de policia, a ver com quem anda a pessoa de quem gosto, por onde anda... Isso não me interessa! O que interessa é que por onde ela andar, e com quem ela andar, que eu realmente ande com ela nessa caixinha que bate e nos dá vida... 

Quanto ao SER MULHER... bem adoro a frase do primeiro excerto:  "Talvez a genuina, interior emancipação feminina ainda tenha que começar..." ;)

Um grande beijo a todas as mulheres, que apesar de serem grandes, não precisam de se sentir superiores aos homens. Porque ai está precisamente a sua grandeza!

 



segunda-feira, 1 de março de 2010

Morte 1 : Live like we're dying

Falar da morte confronta-nos sempre também com a vida e com o sentido dela.

Este mês decidi dedicá-lo precisamente a isto...  Ao tema da morte.
Alguns textos fui guardando e este mês vou postá-los por aqui.

Só abrirei uma excepção para o dia da mulher claro.:)

Para hoje fica a mensagem... 
Devemos viver o dia como diz a expressão Carpe Diem: Vive o dia como se fosse o último





"Às vezes, desmoronamos e não nos conseguimos reerguer
Estamos nos escondendo atrás de uma dura pele
Por que é que não dizemos "amo-te" o suficiente
Antes que seja tarde demais, não é tarde demais!
Os nossos corações estão famintos por um alimento que não vem
Poderiamos fazer algo extraordinário das migalhas
E estamos todos a olhar para a mira de uma arma
Se a tua vida passasse como um flash diante de ti
O que gostarias de ter feito?


Sim... temos que começar
A olhar para o ponteiro que nos foi dado aqui
Isso é tudo o que temos e temos de começar a vivê-lo
Cada segundo conta num relógio que está a contar
Temos que viver como se estivéssemos morrendo



Nós só temos
86 400 segundos por dia para
Transformar tudo ou jogar tudo fora
Temos que dizer que amamos,
Enquanto temos a oportunidade para dizer
Temos que viver como se estivéssemos morrendo


E se o teu avião caísse do céu
Quem chamarias no teu último adeus?
Devemos ter cuidado com quem deixamos fora das nossas vidas
Porque senão quando estivermos ansiosos pela absolvição
Não haverá ninguém...


Nunca sabemos que uma coisa é boa até que a perdemos
Nunca se prevê um choque até que ele aconteça..."

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