Broken

 Hoje veio-me à memória das vezes que me deitava em dois sofás de pele que tinhamos na sala de jantar e ficava a ouvir música clássica a tentar descobrir cada instrumento e o seu ritmo na música e depois ouvi-los de novo todos juntos e perceber que aquilo tudo é que era a música.

Talvez na vida precisemos de fazer o mesmo.

Perceber que o vazio e o silêncio também fazem parte da melodia da vida.

As batidas aceleradas e as batidas de dias de sol que dão preguiça.

Dias em que aandamos em rodopios dentro de nós.

Dias em que seguimos em frente.

Voltei a querer saber o que é carência e que vazio é esse que se cria aí.

De onde vem e como se prenche.

E da felicidade. O que é e como a mantemos.

A diferença entre dor e sofrimento.

Ter uma cabeça que não procura resolver a origem do universo, torna tudo mais fácil...

Hoje lembrei-me de voltar a ouvir música deitada no sofá e ficar lá.

Só a ouvir, sem ditracções, sem necesidade de estar atenta às letras.

uma frase, 

a vida é o que acontece quando estás a fazer planos...

Alguém o disse.

Às vezes a música é o que se faz quando alguém mais declama.

A coragem de mudar

 A música deste ano.

A coragem de mudar.

Deixar o que é cómodo.

Dar o passo no escuro.

E depois perceber que voamos sempre.

Mesmo que seja com o frio na barriga de não controlarmos mais nada.

Sempre disse que este ano ia fazer reset. :)

Começa hoje um novo projecto.

Planeá-lo, semeá-lo, lançar os dados.

Acreditar que fazemos da nossa vida o resultado das nossas lutas e daquilo que sonhamos.

Nova página em branco. Novas letras a serem desenhadas.

Porque o que aí vem começa no 1.

O ano de tudo a dobrar? 33? 2020?

Acredito que o encontro destes dois números faz este ano especial.

Primeiro disse que o zero vinha zerar. Zerou muito.

O 3 é o número da perfeição. Duplicado acredito que se potencia. E por isso vejo esta duplicação no horizonte. Esta potenciação.

3 3
20 20


Estou a escrevê-lo para ver se se confirma tudo aquilo que antevejo.

Cuidar do que sentimos, de quem somos, do que sonhamos.

Continuar a nutrir tudo isto é o caminho para ir do zero à perfeição.
E só assim ela permanece, quando não vivemos preocupados em agarrá-la.

Começo a trocar-me a escrever português, sempre com muitas palavras em inglês a quererem vir para o papel electrónico deste ecrã. Sorrio o quanto fiz a minha vida mudar e o quanto ela me mudou a mim.

Que continuemos nestas voltas. Porque cada zero é um início depois de um qualquer fim.

2020 - é o ano!

Comecei o ano com a sensação que este era  um ano em grande.
Não sabia o que lá vinha, mas sentia isto em mim.

Vai haver muita coisa a mudar, para melhor. Já mudaram em mim tantas coisas e eu acredito que nasce em nós tudo o que nos rodeia. Nem que seja na perspectiva que criamos de tudo isso.

Este ano senti que quando nos alinhamos naquilo que somos, queremos e sonhamos nos tornamos prontos para agarrar as oportunidades que nos surgem.
Posso dizer que tenho um feeling que o universo se alinha. Às vezes devagarinho para nos dar tempo para crescermos aquilo que necessitamos.

Este ano apesar da crise de saúde global, apesar de tudo poder parecer negro. As oportunidades surgiram e eu fui capaz de as explorar.

Mudar de empresa, para uma empresa que admiro.
Ver-me a começar a trabalhar com pessoas que admiro.
Ter um CEO que admiro imenso.
É algo pelo que me sinto agradecida.
Nada é garantido. No entanto, esta possibilidade ter-se tornado realidade é já em si um sonho tornado realidade. Incrível!

Estranhamente sinto que sou pequena, pois vou ter muito para aprender e ao mesmo tempo sinto que me fui preparando para isto.

E sinto que continuo a preparar-me para o que lá vem.
Ainda não sei o que é.
Em outras sei, porque as sonho e continuo a trabalhar para as concretizar.


Começo a trabalhar no dia da criança.
Acho engraçado a data. Até pelo simbolismo.
Ser pequeno outra vez. Voltar a celebrar a infância que é o lugar dos sonhos da sensação de vida perfeita.

Começar a trabalhar nesse dia, nesta empresa é um lembrete para continuar a sonhar sem limites e a acreditar que eles se podem concretizar.
E depois adicionar a isso a minha energia, inteligência e determinação, que os vai tornar reais.

Volto em breve da terra do nunca. :)

COVID - é isto que quero guardar

Paradiso? Saber viver a vida devagar e com um sorriso no rosto

Sorrio e rio-me agora de ti desconhecido!

Eu atrapalhada com os meus sapatos a serem levados pela segurança. A ser revistada e a ter que mostrar até a parte debaixo dos pés...
E eu descalça, ironicamente descalça.

Foi quando os nossos olhos se cruzaram.

O teu olhar foi de quem viu algo de precioso.
E demorado contemplou o meu. Sem qualquer tipo de pressa.
Foi como se na correria das seguranças o tempo parasse de repente apenas entre duas pessoas.

O meu fugiu inesperado com tamanho assalto depois de não saber mais o que fazer.
Depois de recuperar os sapatos e aí me sentir então mais segura, procurei-te de novo no mesmo lugar. Tinhas desaparecido.


Segui caminho.
Parei ao pé do ecrã das partidas para ver a porta do meu voo.
Foi quando ouvi uma mala a rolar atrás de mim.
E de repente ali estávamos os dois lado a lado a olhar para os nossos voos. Parados. Sem nada a dizer.
Breve nos voltariamos a afastar.

Lembro-me agora de ti.
Que tinhas em ti algo de recatado.
O teu assalto tinha sido suave. E o teu vestir não me deixa ainda claramente adivinhar de onde vinhas nem para onde foste.
Mas fazia de ti um menino bem comportado ao estilo dos desenhos animados. :)

Fizeste-me lembrar alguém que há algum tempo me fez rir muito também.
E que triste ficou quando teve que se despedir.

Não tenho fim para este texto.
Gosto de nos imaginar apenas a voar cada um no seu sentido pelo céu e no meio das estrelas.
Algo me diz que também te lembrarás de mim.
Pelo menos por uns dias.

Acho que as nossas almas se viram uma à outra. :)