sábado, 8 de dezembro de 2012

Começar por fazer play no video (meras instruções... )

Imagino a tua mão dada à minha,
os teus beijos no meu cabelo,
o meu sorriso despregado
e o meu olhar brilhante de ternura.

Mas... sinto ainda este sangue que me foge, esta ferida que não sara.
Acho que posso dizer que tenho o coração esmurrado...

Mas já decidi, vou pôr-lhe um pouco de brilhantina.
Aí sim, imagino-o a olhar-se ao espelho, a sorrir e a dizer...
- "Chico fininho, uuuh!"
E pronto... sai à rua e apresenta-se ao teu.




Consigo ouvir o teu a abanar a cabeça e a dizer:
- Para quê essa farpela toda de sedução?
Acho que deviamos andar mais vezes com uma farpela a condizer connosco.
Assim uma que dissesse: - Sou genuinamente isto!
Poupávamos enganos não?



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Gostava de te abraçar.
Que me amparasses,
que me deixasses chorar até que a minha alma se iluminasse de novo.
Pura na minha paz e nos meus sonhos de novo.

Estarás mesmo por aí?


Hoje não me apetecem discursos optimistas,
hoje não me apetece acreditar...


sábado, 1 de dezembro de 2012


A propósito de concursos revolvi de novo as fotografias que planeio escolher e imprimir, as fotografias que ainda não sei como guardar, as fotografias que sempre me fazem voltar...

Revolver fotografias é sem dúvida revolver memórias e perceber o quanto aprendemos.

Aprendi lá longe que precisamos de muito pouco para saborearmos a felicidade.
Sem electricidade, água canalizada...

Aprendi que só precisamos de ter cá dentro a generosidade de nos sabermos dar.





terça-feira, 27 de novembro de 2012

Se - Sophia de Mello Breyner Andresen



Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pudesse Eu - Sophia de Mello Breyner Andresen


Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Suspensos na surpresa dos instantes
Para poder responder aos teus convites!
Sophia de Mello Breyner Andreson
Poesia, Antologia
Moraes Editores, 1970

terça-feira, 13 de novembro de 2012



Vagueio agora por esta cidade de escombros, cheia deste vazio sombrio que a solidão tacteia.

Podia dizer que me dói a alma, mas vendi-a.
Vendi-a em nome deste nada que foi tudo.

E assim vou caminhando. Tornando em pó cada ruína que piso e sentindo o vento em nortadas, que de novo trazem o sentir. Nem que seja apenas pelo frio que nos desagasalha.



domingo, 11 de novembro de 2012

Espreitem e saboreiem...

  http://minimoajuste.blogspot.pt/2012/10/manuela-de-freitas-antonio-botto-o-mais.html


domingo, 28 de outubro de 2012

 

Porque há pessoas que nos sentem sem palavras... Sem olhares... É como se fossem apenas mais uma artéria que nos nasce do coração. Ou apenas as coronárias que lhe dão vida. Numa partilha não dita, não pensada, mas vivida... Obrigada! E já sabes que nem isto seria preciso, porque tudo dizemos no silêncio das palavras.

A ti... minha catita de vestido rosa "de tafetá"... sinto-te... ;)

sábado, 20 de outubro de 2012



"O passado é um sitio engraçado para visitar,
mas não é certamente um bom sítio para ficar"

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"Escolher servir é acima de tudo uma forma de estar na vida, independentemente da profissão ou da especialização que já se escolheu. Optar por esta via é assumir a condição nobre de marcar a diferença de exceder as expectativas de todos quantos se cruzam connosco, mesmo daqueles que nos poderão levar a pensar que não são merecedores do nosso tratamento top service. É provável que alguns não o sejam de facto, mas não o fazemos só por eles: fazemo-lo em primeiro lugar por nós próprios!

Servir é uma missão de vida!"

"Top service - A escolha é sua" de Carla Carvalho Dias

sábado, 29 de setembro de 2012





É bonito quando descobrimos apenas no brilho dos olhos de quem é fotografado, quem é o fotógrafo.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Apenas 5% da população mundial consegue perceber a diferença que existe entre o sentir e o pensar e qual a diferença entre o processo da sensação, percepção e a sua constituição em pensamento. Apenas 5% consegue controlar este processo.

Acredito que apenas 5% das pessoas consegue perceber qual a influência das emoções no pensamento e assim são capazes de pensar com o coração.

Já todos conhecemos os chamados de 5% (que pensam com o coração) e os chamados 95% (que apenas pensam ou que muitas vezes até preferem não pensar e aceitam todas as verdades que lhe são contadas sem as colocarem em questão).
É difícil encontrar estes 5%. Não é que andem escondidos, mas por vezes passam despercebidos.

Quando os 5% se encontram acontece uma mística... Sem palavras comunicam, porque para o coração apenas é necessária a cumplicidade que se gera e o ressoar dos pensamentos no olhar partilhado.
Têm olhares diferentes, sentimentos diferentes, maneiras de pensar diferentes.

Penso que alguns 95% também viram 5%.
E que os 5% têm muitos momentos de 95%, mas que o percepcionam claramente.

Contrariando todas as regras

5% + 5% = + infinito
é uma potenciação reciproca, que algumas vezes de tão desgastante que é, obriga a que haja também:

5% + 95% = 100%
que ao se contrabalançarem se complementam sem desgaste...


Procuro um 5% que me potencie e que ao mesmo tempo me complemente nos meus momentos de 95%...

Acho que já encontrei 4...
Dedico-vos a vocês que pertencem a uns tais cinco 5%...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A cada momento temos todos os nossos futuros em simultâneo à nossa escolha, à nossa frente.
E em cada opção, optamos por um deles. Essa escolha leva-nos a determinadas possibilidades, que originarão novas escolhas, novos futuros.

E assim, o presente antes de ser um " passado repensado na razão" é antes de tudo uma fresta antecipada do futuro.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012


sábado, 1 de setembro de 2012


Prestes a partir e com medo da viagem, não da palpável, mas da que se vai fazendo sem vermos, de forma muito distraída com o corre-corre do dia a dia. Vem a paragem agora. E o vazio. Vazio que andava ocupado, ou talvez apenas escondido. Tenho medo de encontrar algum cansaço nesta fuga. Espero reencontrar essa esperança e esses sonhos que por aí ficaram e de os voltar a espelhar no meu sorriso. Mas por hoje ficamos apenas na ambivalência do pensamento e do coração.



 


"Sabemos dizer o que sabemos sentir"
Cervantes

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Não gosto de superficialidade.
Não gosto de cinismo.

  Não gosto quando se deixam coisas por dizer.

 Não gosto quando rebentam bombas nos corações alheios.

 Não gosto de me sentir impotente.

 Não gosto de falta de verdade.

Não gosto quando achamos tudo isto normal e dizemos apenas que ... É a vida!
 Só me apetece responder... Desculpas!!!


 Há dias que sentimos o peso do mundo! De um mundo que pura e simplesmente não aceitamos.

sábado, 11 de agosto de 2012

Há verdades que são difíceis de ouvir... Mas que são verdade!... (Só mudaria um termo... não diria atrevidos e antes corajosos)



As Melhores Mulheres Pertencem aos Homens Mais Atrevidos.
Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo.
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar.
Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir.
Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados...
.
(Machado de Assis)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012





Uma série que recomendo a 10000000%


(não sei se se recordam de quando aqui coloquei o documentário dos seis graus de separação, esta série vai ao encontro dessa teoria)



"Todo o mundo se encontra em constante ligação, mas só alguns o conseguem ver"




Sinopse:
"Martin (Kiefer Sutherland), fica viúvo depois da sua mulher morrer nos ataques de 11 de Setembro. Ao seu cuidado fica seu filho Jake, que possui um extraordinário dom: a habilidade de perceber padrões escondidos que interligam todas as vidas do nosso planeta através de números. Martin percebe que é sua tarefa decifrar os números pelos quais o seu filho está obcecado e descobrir o significado dos mesmos. Esta tarefa poderá modificar o destino de toda a humanidade." Wikipedia

sábado, 4 de agosto de 2012

Porque é que só me mostram aquilo que acham que quero ver?  Porque é que decidem isso por mim?
No fundo apenas quero ver as pessoas como são, sem se estarem a forçar a ser alguém que não são.

Não sei se isto é uma lei da física ou da química , mas que é uma lei... é! E parece-me universal.

Queremos ficar próximos e estamos cada vez mais longe, armados até aos dentes  das nossas convicções e dos nossos "assim é que é!".

Acho que vou colocar um cartaz na porta a dizer:
"A tua cara não me é estranha. Se valorizas a autenticidade podes entrar.
PS: gosto de surpresas, mas não gosto de sustos!"

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


"só temos que encontrar a pessoa certa para construir connosco,
que tenha uma ideia em projecto que coincida com a nossa"

domingo, 22 de julho de 2012

Espreitem e sigam... ;)

http://aprenderaoolhar.blogspot.pt/2012/07/mas-um-dia-acredito.html

terça-feira, 17 de julho de 2012

E se todos fossemos tesouros? E se sempre que encontrássemos alguém, esse alguém constituísse um tesouro para nós? O que faríamos com ele? E se nós fossemos um tesouro para quem nos encontra? Porque é que deixamos sempre o “E se…”? 


Um dos maiores tesouros que alguém pode ser é o da sabedoria. Uma pessoa que sabe muito de uma determinada área pode ser muito inteligente, mas será que é sábia? Ser sábio é integrar tudo o que se sabe de cada uma das áreas e transmiti-lo. Porque mesmo que se saiba muito, se não for para o ensinarmos a alguém de que serve? Se não for para o partilharmos de que serve? Às vezes não temos mesmo que ensinar, só temos que deixar que os outros cheguem lá ao seu ritmo. Mas dói quando nos dizem que chegaram e que sim… o caminho era esse. Mas quando nessa altura já não nos faz diferença. 

 Reconto-vos uma história que é sem dúvida uma metáfora da vida… Na essência do que ela é… “Imaginem uma casa onde vivem muitas pessoas. E imaginem que se encontram a construir um puzzle. Cada um vai colocando uma peça ou mais, quando tem tempo. Como em tudo… Há uns que arranjam mais tempo que outros. Há uns que se dedicam mais que outros. E agora imaginem que se chega à última peça. A pessoa a quem cabe a missão de a colocar tem alguma sensatez e percebe que não deve ser ela a fazê-lo, pois houve alguém que se dedicou mais e que gozará esse momento com muito mais coração. Então decide deixá-la bem ao lado do sítio onde ela encaixa, para que seja a pessoa certa a terminar o puzzle. Pois bem, quando chega a pessoa a quem se destinava a peça, o que é que ela pensa? - Não acredito… Nem a última peça colocaram no sítio. Tiveram que deixar aqui a peça e ainda por cima já mesmo ao lado do sítio de encaixe. É a gozar com uma pessoa. Ao menos que o tivessem terminado.” 


 Há vezes que não temos a capacidade de nos darmos aos outros. Há vezes em que a quem nos damos, não o percebe. E há vezes em que nem percebemos que alguém se deu a nós. E há ainda vezes em que percebemos que nunca se deram a nós.

segunda-feira, 16 de julho de 2012




"Apesar de longe ainda temos voz,
A estrada é difícil mas não estamos sós,
Em vez de ser eu, experimenta sermos nós,
Vamos lá...
Qual é o destino, que eu sonho inventar,
Não sabe o caminho, sabe começar,
Não fica sozinho e não vai ficar,
Vamos lá...
Vem, faz, tu já és quem tu queres ser,
livre desse medo de crescer,
sobe além do que podes ver, Vamos Lá...
Vem, faz, tu já és quem tu queres ser,
livre desse medo de crescer,
sobe além do que podes ver, Vamos Lá...
Vamos ter a vida que queremos viver,
Andamos à noite até amanhecer,
Temos de agarrar o que não queremos perder.
Vamos lá...
Qual é o destino, que eu sonho inventar,
Não sabe o caminho, sabe começar,
Não fica sozinho e não vai ficar,
Vamos lá...
Vem, faz, tu já és quem tu queres ser,
livre desse medo de crescer,
sobe além do que podes ver, Vamos Lá...
Vem, faz, tu já és quem tu queres ser,
livre desse medo de crescer,
sobe além do que podes ver, Vamos Lá...

Vamos Lá...
Vem, faz, tu já és quem tu queres ser,
livre desse medo de crescer,
sobe além do que podes ver, Vamos Lá..."

segunda-feira, 9 de julho de 2012


Lembro-me agora de quando te mudei a perspectiva da catedral. E gostaste. Ao teu geito, mas gostaste.
Os teus olhos contaram-me em segredo.

Depois?
Depois voámos no teu carro. Para longe do teu mundo.
E sonhámos que aquilo que eu queria era o que tu também querias.
Com o tempo descobrimos que já não gostavas de sonhar, porque simplesmente não querias mais ilusões.

E eu? Eu comecei a sentir a tua falta nos meus sonhos. Voltaste ao teu mundo e eu mantive-me no meu.
Foi assustador o abismo. Tentámos de tudo para minimizar distâncias e agora apesar de quereres voltar a sonhar, sou eu que já não quero. Que já não posso. Nos meus sonhos já não moras e no meu mundo já não voas.

Continuamos... apenas andando.

Sabes? Eras o meu conto de fadas até te conhecer.

sábado, 30 de junho de 2012

do site: http://icanread.tumblr.com

quinta-feira, 28 de junho de 2012



                                                         A todos os que desistiram do amor

 Eu digo:


Acreditem na vida um pouco mais



sábado, 23 de junho de 2012

Não é por acaso que é o último sucesso do youtube...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Maturidade"

Que pena quando perdes mais uma oportunidade de te superares, 
quando perdes mais uma oportunidade de deixares de seres SÓ tu no “teu” mundo, 
quando perdes mais uma oportunidade de ser mais gente… 

Ceder nem sempre é perder, é muitas vezes dar espaço ao outro e deixar que o outro enriqueça a relação mútua. Tem o cuidado de reparar se andas sempre a ter razão em tudo. Desconfia de ti se isso acontece, porque muitas vezes todos têm as suas razões, do ponto de vista de cada um. Entre duas ou mais pessoas quase nunca há “razão” absoluta só de um lado. 

(...) E é tão importante aquele treino na capacidade de nos colocarmos no lugar do “outro” também, para não perdermos de vista o que ao outro dói, o que sofre, e o que o alegra também. Com esta atenção não nos vão passar despercebidas as vezes em que falhamos com o outro. Reconhecer que falhamos é um grande sinal de maturidade. Como gente a caminho, todos caímos. levantamo-nos com esse movimento de reconhecer/pedir desculpa/memorizar/avançar onde cada uma destas partes não pode faltar. 

Sim, é importante que o não esqueçamos de todo (memorizar), para não andarmos sempre a cair na mesma poça que teima em surgir, sabendo que ela está no meio do caminho encontremos uma forma de a contornar. Esse reconhecer/pedir desculpa/avançar sem a memória pode acabar por nos esgotar de tanto cair no mesmo e romper-nos de tal maneira no caminho que já se torne impossível a relação mútua. 

(...) Usar a criatividade, imaginação, a atenção e iniciativa para cuidar da relação mútua é um grande sinal de maturidade, é sinal de que a pessoa não está centrada em si própria, fechada no seu pequeno mundo só seu (como é comum e normal nas crianças), e é alguém com quem se quer ser construído e ajudar a construir também. Respeito mútuo é uma coisa absolutamente fundamental. Em qualquer relação é como água, terra e sol sem os quais nada sobrevive. E é coisa que não se aprende em 2 ou 3 dias ou anos… tem tanto a ver com o cuidado, às vezes com vontade ou sem ela, de ir “regando”, cuidando a árvore todos os dias sem excepção alguma. Que triste seria o mundo apenas com a cor da nossa “super-razão” pessoal…

domingo, 10 de junho de 2012

Há maças envenenadas... Como nas histórias de encantar. Perdi-te. Perdi-te mesmo antes de te encontrar. Perdi-te no teu passado que chegou antes de mim. Perdi-te pelo meio da tua história. Vinhas com tantos novelos que te prendiam os movimentos, que me admiro agora como não reparei. Talvez não quisesse... Talvez por ser mais fácil. Vou ficar como a menina que sonha com a casa de grandes vidraças, eu sei. E era isso que queria. Queria que olhasses para ver. Mas ninguém muda ninguém! Só o tempo o faz e se nós deixarmos. E para isso... É preciso mais do que apenas um ou dois "gostar".

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um post para ler e ouvir.

Ia lendo cada palavra e ia sentido... Podia ter sido eu a escrever, mas não de uma forma tão boa!


http://www.patiodosgentios.com/tracos-do-quotidiano/artifice-de-sonhos/


terça-feira, 22 de maio de 2012

"Postcards from far away"

Erramos com a certeza de acertar e esforçamo-nos ao máximo para que isso dê certo. Racionalizamos tudo ao máximo e esquecemo-nos que há condimentos da vida, que não precisam de ser racionalizados, pois têm que ser viscerais, têm que ser do coração... E neste sentido, não é preciso pensar para agir, porque o que se faz é inato e revela aquilo que se sente. Os locais onde crescemos, digo-o no sentido das pessoas por quem vamos passando no caminho, moldam-nos devagar... Já repararam? Como uma picareta silenciosa vão tirando um pedaço aqui, criando um furo acolá... Há aqui uma arte, a de nos fazermos crescer. De uma forma mais ou menos dura, acredito que apenas as mudanças vagarosas sejam duradouras. O díficil por vezes é vermos que a mesma brisa que nos afaga o rosto é a mesma que vai alisando as nossas arestas. Acho por isso, que a sabedoria da espera é algo com muito valor. Ironicamente, muito desprezada. Actualmente, tudo nos chega em um segundo e o que se estima é que venha a chegar em uma milésima de segundo. Mas nas pessoas e com as pessoas... A espera será sempre o caminho... Por isso... Não tenhas pressa!

domingo, 25 de março de 2012

"Curriculum vitae

Há bocado sentei-me na secretária e abri o pdf com o meu Curriculum Vitae, que não actualizo desde 2010, e a primeira coisa que pensei depois de o ler foi: "Que m*** é esta?". O meu Curriculum Vitae é tudo menos eu, e recusei-me a acreditar que o mais importante de mim estava ali, naquele pdf simplório e triste.
Não gosto de escrever o meu Curriculum Vitae. Pior, não gosto de nenhum Curriculum Vitae por definição. Sei que já fiz o meu várias vezes, e foi sempre através dele que arranjei emprego, ou seja, despindo-me da pessoa que sou e a fingir-me outra. É isso que é escrever um Curriculum Vitae: enganar os outros enganando-nos a nós mesmos. Tristemente, ainda hoje uso o meu aqui e ali, na perspectiva de alterar a minha vida profissional.

Se eu escrevesse o meu Curriculum Vitae de forma honesta, diria que este é um bom momento para trabalhar em qualquer lugar porque cumpro com a condição essencial para estar feliz, que é estar totalmente apaixonado pela Raquel e acreditar que ela também o está por mim. Ao mesmo tempo, diria também que é precisamente por isso que não me apetece trabalhar demasiado tempo em lugar nenhum. Quero esse tempo para poder aproveitar esse Amor.
Explicaria que, como experiência, já declarei Amor a mulheres que se riram na minha cara e que chorei por isso; já fiz três mil quilómetros de comboio com um bilhete falso para poder jantar com o objecto da minha paixão, já adormeci de cansaço à espera dum encontro que nunca chegou a acontecer. Como prova de toda a minha vida, tenho alguns cabelos brancos, algumas rugas junto aos olhos e uns lábios que ainda sabem sorrir e chorar.
Foi com o Amor que primeiro aprendi a fingir que estava tudo bem na minha vida mesmo quando não estava, e depois, num exame final, aprendi ainda a nunca mais fazer isso. Aprendi a evitar silêncios, a deixar de jogar ao gato e ao rato, a deixar de mentir. Acima de tudo aprendi a expulsar do meu corpo a palavra "Amo-te" sempre que ela estiver presa lá dentro.
Agora olho para o meu Curriculum e só vejo que trabalhei nesta ou naquela empresa, neste ou naquele país, nesta ou naquela função. É muito pouco, mas se é assim que as coisas funcionam, tomem lá. Não merecem mais."


Retirado do blog: "Não compreendo as mulheres"

quinta-feira, 8 de março de 2012

"Lori tirou-me o desenho das mãos, segurou-o na sua frente e, com um ar pensativo, examinou-o.
- Sabes em que estava a pensar enquanto o fazia?
- O que era?
- Bem, estava a pensar que não era tão bom como uma imagem autêntica. Sabes como é, como uma fotografia. Como uma revista ou algo parecido. E queria mesmo que ficasse perfeito e sem erros.
(...)
- Ah Lor. Não digas isso. É lindo. Melhor do que qualquer fotografia velha.
- Não, não. Não é isso que quero dizer. (...) Mas sabes uma coisa em que estava a pensar, Tor? (...) O que eu estava a pensar era: é perfeito. Não a parte que vemos, mas o que está dentro de nós. Na minha cabeça o pássaro era perfeito.
Virou-se para olhar para mim e esboçou um sorriso.
- E isso para mim é o bastante para gostar deste desenho, mesmo que não seja realmente perfeito. Porque... bem, porque sei que podia ser... - afirmou e, virando-se para mim, perguntou: - Sabes o que quero dizer?
(...)
- És uma sonhadora, Lor.
Olhou-me fixamente, com aqueles olhos escuros e redondos e para além de todos os sorrisos. Não disse nada.
- É bom ser sonhador.

O desenho do pássaro azul nunca foi afixado no nosso jornal de parede. Levei-o comigo para casa. Afixei-o sobre a minha cama para me fazer lembrar, pelo menos duas vezes por dia da beleza num mundo imperfeito. "

em "Os filhos do afecto" de Torey Hayden

sábado, 3 de março de 2012

"Com lados felizes eu já não me iludo"

Vai-me acontecendo nestes tempos a descoberta do chamado "lado lunar" (como já dizia o Rui Veloso).
Se estivermos com atenção quando conhecemos alguém de novo há aí uma mistura no que ouvimos. Muitas vezes quem nos fala só diz o que queremos ouvir e nós só ouvimos aquilo que queremos.

Quando os lados felizes desaparecem ficamos com alguma dificuldade em perceber se nós é que não quisemos ouvir ou se simplesmente não nos foi dito que ia ser assim.

Fico com algumas dúvidas se isto é uma decepção ou um desafio.
Talvez em alguns casos seja o desafio de aceitarmos as pessoas como são e não como gostaríamos que fossem. Mas quando falamos de gostar deste lado lunar... Aí já é outra coisa! Para isso temos que desconstruir a imagem que fizemos e reconstruir outra, esta pelo menos mais verdadeira (não totalmente verdadeira, porque do lado lunar também continuamos a ouvir só o que queremos...).

Mas desta vez, mesmo que com alguma decepção, acho que quem gosta da verdade, vai sempre preferir um verdadeiro lado lunar a um falso lado feliz.

sábado, 25 de fevereiro de 2012



Uma letra perfeita...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

“- Adeus – disse para a flor.
Mas ela nao lhe respondeu.
- Adeus – repetiu o principezinho.
A flor tossiu. Mas nao era por causa da constipação.
- Fui muito parva – acabou por dizer. – Desculpa. Tenta ser feliz.
Ficou espantado por ela não se pôr com recriminações. ...
- Porquê essa admiração? É óbvio que eu gosto de ti – disse a flor- Por culpa minha nunca o soubeste. Mas, hoje, isso já não tem importância nenhuma. Olha, tu também foste tão parvo como eu. Agora, tenta ser feliz... e deixa essa redoma em paz. Não preciso dela.
- E o vento?
- Não estou tão constipada como isso... o fresco da noite só me pode fazer bem. Sou uma flor!
- E os bichos?
- Duas ou três lagartas terei mesmo de suportar para ficar a conhecer as borboletas. Dizem que são bonitas! E que outras visitas podem aparecer por cá? Tu, tu hás-de estar longe. E dos bichos maiores não tenho nada a temer. Afinal, para que quero eu as minhas garras?
Mais uma vez exibia ingenuamente os quatro espinhos.”


“«Cativar» quer dizer o quê?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Quer dizer «criar laços»...
- ... por enquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro (...)
 – Sabes há uma certa flor... tenho a impressão que ela me cativou...
(...)
Mas voltou (a raposa) a insistir na mesma ideia:
- Se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, repara! Estás a ver aqueles campos de trigo ali adiante? (...) os campos de trigo não me fazem lembrar nada. (...) Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando tu me tiveres cativado, vai ser maravilhoso! O trigo é dourado e há-de fazer-me lembrar de ti (...)
- Se fazes favor... Cativa-me! – acabou finalmente por pedir.
- Eu bem gostava – respondeu o principezinho, - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas a conhecer...
- Só conhecemos o que cativamos (...)
- Tens de ter muita paciência. Primeiro, sentas-te longe de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas podes-te sentar cada dia um bocadinho mais perto... (...)
- Se vieres às quatro horas, às três, ja eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...”

Antoine De Saint-Exupery  "O Principezinho"






sábado, 4 de fevereiro de 2012

Encontrei-o por acaso e porque hoje me faltam as palavras, deixo aqui outros ecos...


"Assustas-me.
A forma como me ouço na tua voz, nos teus sonhos e planos não planeados. O teu acenar quando me ouves e pareces ouvir a tua própria voz. És um espelho embaciado que tento, a custo, limpar com a ponta da manga. Mas parece daqueles que só desembaciam com tempo e muita paciência.

Paciência. Essa coisa própria dos sábios, e cujos truques desconheço. Perdi algures a calma da descoberta e o fascínio dos pormenores, e só queria tê-los agora comigo. A sabedoria de procurar sem rebentar portas, em silêncio, de dar espaço e sentar-me à espera.

Lembras-me um velho eu, que deixei no meio da estrada. Aquele que se fascinava com facilidade e se dava sem hesitações. Encontro-te no meio das minhas muralhas e tento, a custo, derrubá-las.

Assustas-me. Mas fica, e elas hão-de cair, uma por uma, ao chão. Silenciosamente."




Retirado do magnifico blog:

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre o luto...

(ou sobre os vários tipos, que no fim são quase todos iguais, só mudando a razão da saudade....)

"Como é que se Esquece Alguém que se Ama?Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. 
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. 
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. "

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Viagens? e se for low cost?

Ando numa de viagens... E de preferência baratinhas e em conta.
Há uns dias ouvia uma amiga dizer-me que ia até França... Perguntei-lhe porquê esse destino e o porquê da viagem. A resposta? Posso dizer que foi sublime (a meu ver). O destino era por termos de comodidade, mas a razão da viagem é sem dúvida fantástica:
- "Este ano vai ser duro em termos de crise. Eu para combater este ataque depressivo geral vou fazer uma viagem no fim dos exames."

Acho que é isto sem dúvida. Claro que nem sempre é possível, eu sei! Mas para aqueles que for, acho que o devem fazer, eu vou tratar de fazer o mesmo. Poupar em tudo o que for possível, viver a vida dentro das minhas possibilidades, mas fazer aquilo que me der prazer nem que seja em "low cost".

E por acaso ou não, encontrei um programa na RTP 2 chamado mesmo assim "Low Cost". (Muitas vezes queixamo-nos que na televisão pública não dá nada como deve ser... Aí está uma proposta para nos deixar caladinhos e deliciados em frente ao ecrã) Experimentem!

Este fim de semana falou-se da nossa querida Lisboa. Nos próximos serão descobertas: Madrid, Valência, Paris, Londres, Nápoles, Roma, Budapeste, Berlim, Atenas, Helsínquia, Viena, Amsterdão.


Aconselho-vos a ter um caderno à mão quando assistirem, já agora. :)




Deixo-vos aqui a sinopse do programa:


Low Cost é um desafio para tentar provar que viajar pode ser mais barato do que pensamos. Apenas temos de saber como. Low Cost é a chave! Um jovem passa o fim de semana numa cidade europeia com um orçamento limitado: 200 € para estadia, transportes, refeições, compras, museus, visitas culturais e ainda ... saír à noite. Em cada episódio vamos passar um fim-de-semana numa cidade emblemática europeia, visitando os monumentos mais característicos, provando a sua gastronomia, procurando os espectáculos mais típicos..

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Novo ano...






Vamos lá embora novo ano!

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