domingo, 3 de novembro de 2019

Caixas de cores

Caixas.
Sermos vistos como caixas.
Inertes. Sem expansão. Completamente definidos e imunes a mudanças.
Incomoda-me que sejamos todos colocados em caixas com determinadas etiquetas.
E aí tenhamos que permanecer a não ser que estejamos preparados para desafiar as percepções que os outros têm de nós.
Sempre o melhor. Sempre o mais sábio. Sempre o mais certinho. Sempre o perdido. Sempre o alegre. Sempre... qualquer coisa.
Como se fosse possível sermos apenas uma coisa de cada vez.
Gosto de pensar que temos muitas cores cá dentro.
Que nem sempre mostramos. Ou por medo ou por acharmos que não vale a pena.
Gosto de pensar que algumas pessoas só veêm algumas cores e acham que já conhecem o nosso arco íris. E assim nos definem. Se nos atrevemos a mostrar uma cor a mais do que previsto. Talvez seja considerado um desvario, escape ou insanidade. E não apenas mais uma cor.
E gosto de pensar naqueles que sabendo que não cohecem todas as nossas cores, têm a paciência de irem esperando pelas nossas diferentes cores.
Não para as validarem, mas apenas para as admirarem.
Gosto de muitas cores.
Apesar de muitas vezes ser muito preto no branco. Mas também gosto disso.

domingo, 13 de outubro de 2019

Tempo para guardar a luz. Perceber o seu significado

Estes têm sido meses para enfrentar a escuridão.
Mesmo com medo.

Para que possa aceder à luz que está em mim e à minha volta.
Tantas vezes encoberta pelas sombras projectadas em mim.
Pelas sombras que a minha luz também cria.

Tempo de deixar a luz também ser sugada. Para o baú das memórias. Para que ilumine o que é bom e para deixar que o que foi mau possa adormecer na escuridão em paz.

Sair de nós essa luz.
Desentranhar-nos essa pequenez, que  nos vai correndo quando queremos seguir caminhos que não nos foram destinados. Ou que foram desencontrados pelo medo. E que nunca mais se encontram. Quanto mais o percorremos mais nos perdemos e afastamos.

À medida que caminhamos vemos à nossa volta a luz ser sugada.
E a felicidade vai junto. Fica só a escuridão e as feridas da morte.

Deixamos que o tempo ande para trás. Só mais uma vez para o saborearmos agora e vivermos agora com outra percepção. Talvez desta vez com a verdadeira. Que ainda não estamos preparados para o amor maior. Aquele que nos faz superar-nos.

Depois da coragem de tirar a armadura, vem a coragem da cura.
Da aceitação.
Que desistir é preciso. E que nem sempre os nossos desejos resultam.
Mas foi por pouco.


O crescimento fica cá.
E esse talvez seja o mais bonito de guardar.


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Tempo para dizer... Finally, I'm enough.

De entre todas as etiquetas que nos tentam colocar.
A mais sem glória é a de sermos bem sucedidos.

Como se fossem precisas as nossas conquistas, os nossos resultados para termos o valor devido.
Como se tivessemos que falar muito e conhecer muita gente para sermos bem sucedidos.
Como se aquilo que somos não bastasse.
Nunca chega. Temos que ser mais e fazer mais.
E estar no mundo e fazer para o mundo.
De forma cansativa.

Se aqueles que nos ajudam a crescer são os que nos dão os puxões necessários.
O suporte é também necessário. Diria até primordial. Cada crescimento só faz sentido se dermos espaço para o integrar em quem somos. Nesse momento.

Aprender a caminhar sozinho é preciso.
Juntos vamos mais longe.
Mas há vezes em que juntos morremos na praia.
Sem sentido e a fazer comparações com quem nunca nos deviamos comparar.
Não quero que procurem em mim outro alguém. Não quero que me comparem.

Falta-me encontrar a gratuidade.
Ainda não a encontrei. Pelo menos não a senti.
A gratuidade do ser e dar.

Decisões díficeis fazem-nos crescer.
Deixar no passado o passado, significa deixar quem fomos no passado também um pouco por lá.
E isso dói.

Quero querer acreditar que a luz lá vem.

Quero acreditar que posso escrever, mesmo sem ter que escrever o melhor texto de sempre. Porque no fim é só e apenas um texto.

Birds fly...


quarta-feira, 1 de maio de 2019

Time to heal

sábado, 20 de abril de 2019

Usar (carta para utilitaristas...com muito sarcasmo)


Usar.
Sermos usados.
Relações utilitárias.
Pessoas utilitárias.

Misturar estes conceitos é perigoso.
Doloroso. Vergonhoso. O que é que pode mais rimar com isto?
Apenas palavras feias.
Pessoas feias.
Pessoas egoístas.

Existem por aí, pessoas vestidas de bonitinhas, certinhas, anjinhas...
Que quando lhe abrimos o coração ou as vemos sem lentes cor de rosa, se revelam assim.

E ainda que encontrar culpa não ajude ninguém.
Esse é sempre o primeiro recurso.
Avaliar se a culpa é de quem esconde ou de quem não quer ver.
De quem usa ou de quem se deixa ser usado.

E há uma raiva.
E um sentido de nojo.
Para com estas pessoas.
E em como deixamos que estas pessoas se aproximem e permaneçam.
Mesmo que já as tenhamos visto infelizmente à luz crua da sua verdade.

Espanta-me o quanto depois definem como a manipulação e as relações utilitárias como normais e como somos resultado de circunstâncias.

Visto que apesar de sermos condicionados não somos de todo apenas ratos de laboratório ou cães de Pavlov. Temos em nós o poder de decisão de sermos correctos.
De termos coração.

Espanta-me como estas manipulações acabam por construir pessoas bem sucedidas.
Mesmo que completamente vazias da sua essência. Se é que sabem qual é.

Avisam-se os interessados que o período de limpeza foi iniciado. E que apenas permanecerão os verdadeiros e honestos o suficiente, para saberem viverem sem estes jogos e relações viciosas.
Não me venham pedir para compreender. Ou sequer para dar bençãos a esta gente.

Desejo enquanto não me esquecer, que tenham tudo o que dão de volta.
Pois gosto de acreditar que a vida nos dá as lições certas sempre. Mesmo que demorem.

Acredito que as pessoas que mais me magoaram até hoje, perceberam já com o tempo a lição que tinham a aprender. E mesmo antes disso já vivia apaziguada com isso.

Acredito que nem toda a gente deve ser autorizada a entrar nos corações verdadeiramente puros, pelo risco de os sujar. De os transformar de forma irreversível.

Aguardo os dias em que as máscaras que ainda vejo, caiam.
Se estilhacem e as pessoas que a transportam o sintam finalmente. E aprendam que utilitarismo é o maior recurso dos cobardes.

Que morram...
Hoje não me apetece ser optimista, nem boas energias.
Que morram...




quarta-feira, 27 de março de 2019

Carta dos dias em que desistimos



Deixamos apenas a porta fechar-se.
Com medo desistimos.
Com medo não do adeus, mas de nem sequer nos custar dizer adeus.
De nem sequer termos vontade de voltar. Nem agora, nem nunca mais.
Mesmo sabendo que nunca mais é sempre muito tempo.

Fechar portas é importante, antes que se destruam memórias valiosas.
Aqueles momentos diamante que deixaram de ser sonhos, por terem sido realidade.

Dias  em que nos desiludimos. Agora.
Dias em que precisamos de não acreditar mais no amor. Agora.
Para que um tempo mais tarde possamos ressuscitar a vontade de o reencontrar. Um dia.

Bombardeados a todo o momento de expectativas.
Nossas e de quem nos rodeia.
Em como tudo parece acabar bem.
Em como tudo o que merecemos nos vai alcançar.
Memórias dos dias em que dizemos que chegamos sempre onde a vida nos espera.

Porque hoje seria dia de mudar a foto de perfil.
Mas normalmente este não sorriso não é motivo de recordações partilhadas.
Guardo a memória do brinde ao nosso futuro.
Porque ele será sempre aquilo pelo que lutarmos.

terça-feira, 12 de março de 2019

Mesmo com cara de má :)


domingo, 10 de março de 2019

Até um dia...

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