domingo, 2 de fevereiro de 2020

Sorrio e rio-me agora de ti desconhecido!

Eu atrapalhada com os meus sapatos a serem levados pela segurança. A ser revistada e a ter que mostrar até a parte debaixo dos pés...
E eu descalça, ironicamente descalça.

Foi quando os nossos olhos se cruzaram.

O teu olhar foi de quem viu algo de precioso.
E demorado contemplou o meu. Sem qualquer tipo de pressa.
Foi como se na correria das seguranças o tempo parasse de repente apenas entre duas pessoas.

O meu fugiu inesperado com tamanho assalto depois de não saber mais o que fazer.
Depois de recuperar os sapatos e aí me sentir então mais segura, procurei-te de novo no mesmo lugar. Tinhas desaparecido.


Segui caminho.
Parei ao pé do ecrã das partidas para ver a porta do meu voo.
Foi quando ouvi uma mala a rolar atrás de mim.
E de repente ali estávamos os dois lado a lado a olhar para os nossos voos. Parados. Sem nada a dizer.
Breve nos voltariamos a afastar.

Lembro-me agora de ti.
Que tinhas em ti algo de recatado.
O teu assalto tinha sido suave. E o teu vestir não me deixa ainda claramente adivinhar de onde vinhas nem para onde foste.
Mas fazia de ti um menino bem comportado ao estilo dos desenhos animados. :)

Fizeste-me lembrar alguém que há algum tempo me fez rir muito também.
E que triste ficou quando teve que se despedir.

Não tenho fim para este texto.
Gosto de nos imaginar apenas a voar cada um no seu sentido pelo céu e no meio das estrelas.
Algo me diz que também te lembrarás de mim.
Pelo menos por uns dias.

Acho que as nossas almas se viram uma à outra. :)

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