sábado, 4 de fevereiro de 2012

Encontrei-o por acaso e porque hoje me faltam as palavras, deixo aqui outros ecos...


"Assustas-me.
A forma como me ouço na tua voz, nos teus sonhos e planos não planeados. O teu acenar quando me ouves e pareces ouvir a tua própria voz. És um espelho embaciado que tento, a custo, limpar com a ponta da manga. Mas parece daqueles que só desembaciam com tempo e muita paciência.

Paciência. Essa coisa própria dos sábios, e cujos truques desconheço. Perdi algures a calma da descoberta e o fascínio dos pormenores, e só queria tê-los agora comigo. A sabedoria de procurar sem rebentar portas, em silêncio, de dar espaço e sentar-me à espera.

Lembras-me um velho eu, que deixei no meio da estrada. Aquele que se fascinava com facilidade e se dava sem hesitações. Encontro-te no meio das minhas muralhas e tento, a custo, derrubá-las.

Assustas-me. Mas fica, e elas hão-de cair, uma por uma, ao chão. Silenciosamente."




Retirado do magnifico blog:

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